No Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Anemia Falciforme, o presidente da Associação Feirense de Pessoas com Anemia Falciforme, Sandoval Coutinho, usou a tribuna livre da Câmara Municipal de Feira de Santana, nesta segunda-feira (27), para falar sobre as dificuldades que estão passando os falcêmicos da cidade.
Ele iniciou o discurso falando sobre a data. “Ela foi criada para discutir os direitos das pessoas com Anemia Falciforme. Essa doença é hereditária. No Brasil, por ano, 3 mil crianças nascem com esse problema, que tem como principal sintoma a cor amarelada, principalmente nos olhos, porém não é contagiosa”, relatou.
Sandoval repudiou os atos de discriminação e racismo com as pessoas acometidas pela Anemia Falciforme. “Repudio também qualquer atitude de discriminação e racismo com as pessoas portadoras de qualquer doença genética ou com deficiência. As pessoas com Falciforme têm todos os direitos”, disse.
Na oportunidade, ele reclamou do corte do passe livre no transporte coletivo urbano para os falcêmicos. “Como os senhores permitiram tirar o direito do passe livre das pessoas com falciforme? Impediram das mães levarem os filhos doentes ao médico, de comprar os medicamentos. Estas pessoas necessitam do transporte. Já não basta o preconceito nas ruas e nas escolas?”, indagou o presidente da Associação Feirense de Pessoas com Anemia Falciforme.
Sandoval afirmou que muitas pessoas com Anemia Falciforme têm dificuldades de encontrar ou se manter no emprego. “É um absurdo uma pessoa com Falciforme, que não é comum, não encontrar emprego, porque os patrões, na primeira crise, nos mandam embora. Isso aconteceu comigo em 2009. Depois de uma crise, fui mandado embora. Os direitos que exigimos da Casa e sociedade nos são negados. Dessa maneira, estamos sendo respeitados, sim ou não? Está na Constituição que a saúde é um direito de todos e um dever do estado”, ressaltou.
Ele pediu aos vereadores que façam uma reflexão sobre o assunto. “Nós não estamos ligados a nenhum partido político; estamos como pessoas e cidadãos que exigem seus direitos. Peço uma atenção especial da Comissão de Saúde da Casa. Temos outros problemas, pedimos atenção do Governo Municipal para a questão do passe livre”.
Sandoval acrescentou: “pedimos também que os vereadores visitem a UBS da Cidade Nova, um lugar apertado, onde não temos equipamentos para fisioterapia e outros tratamentos, além de pessoas com ferimentos há mais de 15 e 20 anos. Nós precisamos de medicamentos”, clamou.
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