Com 228 quilos, dona de casa implora para ser operada Para fazer a cirurgia, a dona de casa terá que desembolsar cerca de R$ 12 mil

 

A dona de casa Eliana do Rosário Santos Amaral, 31 anos, vive um drama por aproximadamente três anos para se livrar da obesidade mórbida. No começo do ano, ela chegou a fazer uma cirurgia para colocar um balão no estômago para não engordar mais, mas agora precisa de ajuda para fazer um novo procedimento, que custa R$ 12 mil.

 

Pesando 228 quilos e enfrentando sérias dificuldades por não ter condições de cumprir dietas, Eliana luta para não deixar se abater pela tristeza e encontra apoio na família e nos amigos para continuar sobrevivendo. “É duro não poder se locomover direito, não poder sair de casa, sem falar em dores que sinto por todo o corpo e na cabeça também. Só Deus e as pessoas próximas sabem o que estou passando”, disse a dona de casa.



Eliana é mãe de cinco filhos e mora numa casa simples, localizada no Conjunto Fraternidade. Sem poder trabalhar, ela, junto com os filhos, depende financeiramente do marido, que trabalha como carregador. Eliana tem dificuldade de manter a dieta que a nutricionista lhe recomendou. “Não temos como arcar com os custos dos produtos, então uso a mesma comida que compramos para meus filhos; evito doces, massas e gorduras”, contou.



Há cerca de três anos, ela deixou de participar de eventos e reuniões na escola dos filhos, já que sempre era o centro das atenções. A situação dela acaba por atingir a família, que é vitima constante de bullyng. “Tenho vergonha de falar sobre o peso de minha mãe, porque os meninos ficam chamando de baleia e outro nomes. Já briguei na escola por isto. Gostaria que ela emagrecesse e voltasse a ser feliz”, disse um dos filhos, de 14 anos.



MEDO



O caso recente do técnico em eletrônica Wellington Cortes Conceição, 33 anos, que morreu há duas semanas por complicações da obesidade mórbida, deixou a dona de casa assustada. “Gente, eu só quero voltar a sorrir, não quero ter este fim, não. Ajudem-me”, pede Eliana.



Uma sobrinha de Eliana, que preferiu não ser identificada, fez um apelo. “Gostaria de pedir que se tiver algum órgão, ONG ou até empresário que possa arcar com a despesa da cirurgia, que nos ajude, pois temos medo que minha tia morra”.



Amigos, vizinhos e parentes estão se movimentando para levantar fundos para a cirurgia de Eliana. Eles estão promovendo rifas e sorteios de produtos que são doados, como um kit de produtos de beleza e dois carneiros. “A conheço há mais de 20 anos e sei o quanto ela está sofrendo, sem poder participar de nada. Ela não vive, vegeta, pois as poucas vezes que senta aqui na porta, entra logo, pois sempre passam engraçadinhos para soltar piadas. Gostaria de vê-la sorrindo como antes”, destacou a vizinha Ana Célia Santos. 



CIRURGIA





Em março, Eliana foi submetida a cirurgia bariátrica para colocar um balão no estômago, mas no mês que vem já vai retirá-lo. “Com o balão, perdi 15 quilos, mas tenho que retirá-lo até dezembro pois há nove meses que coloquei. O médico que me acompanha analisou o quadro e disse que já posso fazer a cirurgia, mas não tenho condições financeiras”, afirmou a dona de casa.



O médico Reinaldo Atayde, cirurgião bariátrico que está acompanhando Eliana, diz que na Bahia apenas dois hospitais em Salvador fazem a cirurgia gratuitamente pelo SUS, mas que a liberação demora até 4 anos. “Se a paciente der entrada agora, provavelmente, ela só vai conseguir ser operada daqui a 4 anos, e ainda depende da fila de espera”, explicou.



Ele explicou que, para fazer a cirurgia, a dona de casa terá que desembolsar cerca de R$ 12 mil, já que ele dispensou os seus honorários. “Ela está com 228 kg, sendo que o risco é maior e as complicações também. Então, é melhor que ela faça logo a cirurgia para evitar maiores problemas”, disse.



Matéria publicada na edição de quarta-feira (28) do Jornal Folha do Estado