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7 de abril de 2016

Quatro coisas que mudam com a criptografia no WhatsApp - e por que ela gera polêmica


Sistema rigoroso de criptografia torna mais difícil ceder informações sobre mensagens para autoridades

Sistema rigoroso de criptografia torna mais difícil ceder informações sobre mensagens para autoridades
O serviço de mensagens WhatsApp anunciou na terça-feira que uma atualização do aplicativo permitirá criptografar integralmente todas as comunicações, incluindo mensagens de voz e outros arquivos, entre seus usuários.

Com o que chamam de "criptografia de ponta a ponta", as mensagens são embaralhadas ao deixar o telefone da pessoa que as envia e só conseguem ser decodificadas no telefone de quem as recebe.

"Quando você manda uma mensagem, a única pessoa que pode lê-la é a pessoa ou grupo para quem você a enviou. Ninguém pode olhar dentro da mensagem. Nem cibercriminosos. Nem hackers. Nem regimes opressores. Nem mesmo nós", disse a empresa em um comunicado.

A privacidade das comunicações em aplicativos de bate-papo tem sido objeto de decisões judiciais polêmicas no Brasil e nos Estados Unidos. Entenda como o anúncio do WhatsApp pode mudar o jogo:

1. Atinge muito mais pessoas
Antes, havia a possibilidade de que mensagens fossem interceptadas no meio do caminho, caso a rede fosse invadida por hackers ou por agentes de governos.

"O principal risco era a interceptação de conversas em redes públicas, como wi-fi de cafeterias, que não sabemos exatamente quem controla", disse à BBC Brasil Gabriel Aleixo, pesquisador de criptografia do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio).

"Agora, se alguma informação conseguir ser interceptada, a pessoa só verá um bloco de texto sem sentido algum. Só quatro ou cinco governos no mundo talvez consigam quebrar a criptografia que o WhatsApp implementou. Para um hacker, a chance é muito pequena. É um sistema bastante rigoroso."

Segundo Aleixo, cada mensagem enviada no aplicativo – seja de texto, vídeo, foto ou áudio – é criptografada usando uma única chave. Ainda que uma pessoa ou empresa quebre essa chave e leia uma mensagem, não conseguiria ler a outra, mesmo que esteja na mesma conversa.

Na prática, a experiência de quem usa o aplicativo não muda. Nos bate-papos, aparece uma mensagem informando que uma conversa está criptografada, a menos que o destinatário das mensagens ainda não tenha atualizado o aplicativo.

Desde o escândalo de espionagem do governo americano revelado por Edward Snowden, aplicativos de mensagens como Telegram traziam algumas opções de criptografia e, por isso, vinham se tornando os prediletos de quem está mais preocupado com privacidade.

A Apple, por outro lado, oferece criptografia de ponta a ponta nas mensagens trocadas em seu serviço iMessage, disponível exclusivamente nos cerca de 800 milhões de iPhones vendidos até hoje.

A novidade do WhatsApp, no entanto, chegou de uma só vez para 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, que é a sua base atual de usuários.

"A única empresa com mais acesso a comunicações é o Facebook, que é o dono do WhatsApp. É uma coisa extraordinária", disse à BBC Brasil Mario Viola, advogado especialista em privacidade e big data do ITS-Rio.

A criptografia na nova versão do WhatsApp é automaticamente habilitada para todos – exceto em grupos ou conversas onde nem todos atualizaram o aplicativo.


FONTE//tecnologia.uol.com.br/

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