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8 de julho de 2014

Sonho da casa própria vira caso de polícia



O desejo da casa própria fez com que um grupo de pelo menos 10 pessoas, moradores de Feira de Santana, chegassem a lesar o próprio bolso. Eles acreditam ter caído no golpe do financiamento da casa própria que oferecia a compra de imóveis por um preço abaixo do valor de mercado. As vítimas dizem ter pagado até R$ 7 mil para conseguir casas populares do PAR - Programa de Arrendamento Residencial, do Governo Federal. No entanto, o valor total arrecadado ninguém soube precisar, mas dizem ser incalculável.

Segundo as vítimas, os imóveis proporcionados eram apartamentos ou casas do PAR reempossadas pela Caixa Econômica Federal por inadimplência dos arrendatários. Esses imóveis vazios - destinados para famílias com renda de até 6 salários mínimos, eram oferecidos no golpe pela quantia que variava de R$ 1,5 mil a R$ 7 mil, como entrada, e o saldo devedor do ex-possuidor do imóvel era dividido em inúmeras parcelas para as vítimas.

As vítimas também acrescentaram que o golpe é aplicado há no mínimo sete anos e que a acusada tinha ligação com um instituição financeira do município de  Feira de Santana.

A pedido dos denunciantes e como há um inquérito policial que investiga o golpe, iremos preservar os nomes de cada um deles, mas os identificaremos pela profissão. A bacharel em Direito relatou para a reportagem do Folha do Estado que as vítimas tinham acesso a golpista sempre através de amigos e familiares que se iludiam com a proposta fácil de conquistar uma casa.

" Entre 2010 e 2011 eu conheci essa pessoa que me propôs facilitar a aquisição desses imóveis pagando um pequeno valor no prazo de seis meses a um ano receberíamos os apartamentos. Eu cheguei a pagar R$ 1,5 mil, de sinal, que segundo ela, era usado para pagar custas de cartórios e posteriormente eu receberia um contrato com a Caixa Econômica e as chaves de minha casa.

A ilusão criada por ela fez com que eu apresentasse vários familiares e amigos que também quiseram 'adquirir' imóveis. Somente minha família perdeu cerca de R$ 60 mil para ela, muitos amigos que eu apresentei também caíram no golpe e hoje vivo aterrorizada porque virou uma bola de neve e muitos me culpam por terem caído no papo dessa mulher", relatou a vítima.

Para as vítimas, a acusada sempre contava a mesma história. "Ela dizia ter influências na Prefeitura de Feira de Santana e na Superintendência da Caixa Econômica Federal, em Salvador. Chegou a citar várias vezes o nome de um funcionário da Caixa Econômica e que se encontrava diversas vezes com ele, em Salvador, para regularizar os pedidos. Mas ela sempre se encontrava com a gente sozinha", explicou a Bacharel em Direito.

Quem caiu na conversa da acusada tinha o direito de escolher onde gostaria de morar. Os imóveis oferecidos pela mulher eram diversos: o Residencial Jardins ou o Residencial São Bartolomeu, ambos no Sobradinho além do São Bento, São Benedito ou ainda o Rio Paraguaçu. De acordo com outra vítima, um músico, para escolher imóvel que gostaria de morar era fácil, bastava colocar no envelope juntamente com o dinheiro e os documentos, os nomes de dois empreendimentos desejados e entregar à denunciada.

"Após fazer o pagamento e entregar os documentos ela não nos dava nenhum recibo, dizia que não poderia dar recibo porque era uma coisa que a gente estaria pagando por um apartamento tomado pela Caixa, mas posteriormente a Caixa iria telefonar pra gente para assinar um pré-contrato e aí sim, teríamos a prova do pagamento antes de assinar o contrato final que seria quando recebêssemos o imóvel", explicou a secretaria.

Os imóveis do PAR são destinados à redução do déficit habitacional nos grandes centros urbanos. As famílias aptas ao programa só poderiam adquirir um imóvel. Elas pagam mensalmente uma prestação inferior a um aluguel normal e, no prazo máximo de 15 anos, se tornam proprietárias do imóvel. Mas para a acusada não havia empecilho caso a vítima quisesse adquirir mais de um imóvel.

"Perguntei a ela se meu pai e minha mãe poderiam comprar, porque eles são casados. Ela disse que não havia problema. Meu pai comprou um, minha mãe outro, minha irmã, meu cunhado e alguns tias também pagaram para ter uma casa. Inclusive, uma amiga comprou quatro empreendimentos e ninguém nunca recebeu nada", contou outra vítima.

Apurando o caso

Com a demora de receber os empreendimentos, as vítimas perceberam que tudo era um golpe e tentaram entrar em contato com a acusada, mas segundo eles, ela já não atende as ligações e quando atende, diz para aguardar que o processo ainda está em andamento. Outras ligações ela não atende mais.

Várias queixas foram prestadas na 1ª Delegacia que tem a titularidade da delegada Milena Calmon, que vem investigando o fato. A autoridade policial pretende localizar a mulher citada pelos queixosos, conforme entrevista cedida ao programa Subaé Noticias.

Milena também disse que os queixosos relataram que a tal, possuía uma ligação com um banco do município, fato que está sendo investigado.

Procurado pela reportagem da emissora, o secretario de Habitação do Município, Sandro Ricardo esclareceu que os fatos não estão ligados ao Programa Minha Casa, Minha Vida, e sim pelo PAR na questão passada.

 com informações do Folha do Estado e programa Subaé Noticias.

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