21 de agosto de 2013
‘Vocês têm que entender: não há ambulância. Ponto! Acabou!’
Idoso tem mal súbito no Centro de Porto Alegre e médico do Samu manda levá-lo a outro hospital, mas ele não resistiu.
O serviço de motolâncias de Natal, mostrado no Bom Dia Brasil, poderia ter sido a solução para o caso do idoso que passou mal no meio da rua em Porto Alegre nesta terça-feira (20) e não foi atendido. Ele acabou morrendo.
Agora a prefeitura vai investigar onde estavam todas as ambulâncias do Samu na hora do atendimento. A prefeitura vai checar as informações do sistema de GPS das 15 ambulâncias. As autoridades dizem que este número é suficiente para a demanda.
A Secretaria de Saúde reconhece que ouve falha no socorro à vítima, que teve um mal estar na manhã desta terça-feira (20), no Centro de Porto Alegre. Ele tinha um tumor na região pélvica, o que teria causado o mal súbito, segundo a necropsia. Algumas pessoas tentaram ajudar no socorro. Uma equipe da RBS TV, que realizava uma reportagem perto dali, entrou em contato com a Polícia Militar e com o Samu.
Depois de vinte minutos de espera, eles finalmente conseguiram falar com um médico do Samu, mas veja como foi o atendimento:
Funcionário da RBS: “Um senhor teve um ataque aqui ao lado do Terminal Parobé. Nós estamos a quase 20 minutos ligando para o Samu e ninguém manda uma ambulância”
Médico do Samu: “Claro, porque não tem. Eu já expliquei, não tem”
F: “Eu não entendi”
M: “Não foi a ambulância porque não tem, é isso! Vocês têm que entender isso. Não há ambulância. Ponto! Acabou!”
F: “Só que ele vai morrer!”
M: “O telefone está aqui na tela. Assim que tiver uma ambulância a gente vai mandar. Agora, se vocês estão com tanta pressa, encaminhem para o HPS, para a Santa Casa...”
F: “Mas a gente não sabe como levar ele. É arriscado... Ele desligou o telefone na minha cara!”
Dez minutos depois, uma viatura da Polícia Militar chegou ao local e resolveu levar o idoso para um hospital, mas Orlando Francisco Rodrigues da Silva, de 70 anos, não resistiu.
O médico que disse que não havia ambulância para prestar socorro foi afastado das atividades e vai responder a um inquérito administrativo. Ele é funcionário público e, segundo a prefeitura, foi treinado para agir nesse tipo de situação.
Fonte:g1
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