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14 de agosto de 2013

Ex-auxiliar de necropsia do DPT morre em hospital


O ex-auxiliar de necropsia Aurelino Pereira da Silva, 78 anos, que trabalhou no Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana durante três décadas, morreu na tarde desta terça-feira (13) no Hospital Emec.
Na última reportagem concedida à rádio Subaé, ele revelou que ingressou na Justiça contra o Estado, após ter se aposentado e não ter recebido os direitos trabalhistas.
O evangélico confirmou que vivia com uma aposentadoria de um salário mínimo, mas ainda se sentia injustiçado.
“Doutor Aurelino”, como era mais conhecido pelos colegas, fez aproximadamente 60 mil necropsias, o equivalente a população de uma cidade de pequeno porte. “Com vários anos de serviço ele teve uma passagem marcante pela instituição”, declarou um servidor do DPT.
Apesar de toda dedicação, Aurelino se aposentou sem dispor de alguns direitos inerentes ao seu benefício, como insalubridade, licença-prêmio e férias.
O COMEÇO
Aos 78 anos, Aurelino ainda lembrava com bastante orgulho dos primeiros anos de trabalho como auxiliar de necropsia, atividade que começou a exercer na década de 60.
“Comecei no cemitério São Jorge, trabalhei três anos e fui efetivado pela Secretaria de Segurança Pública. Posteriormente fui trabalhar no DPT e em 29 anos de serviço, ‘cortando’ cinco cadáveres por dia, foram 50.220 corpos. Mas eu fiquei mais um ano e foi para 60 mil”, revelou Aurelino.
EMOÇÕES
“Já me emocionei muitas vezes durante esse tipo de trabalho. Uma vez chegaram ao DPT 14 corpos de vítimas de um acidente de ônibus, no Beco do Mocó. Eu fiquei na porta olhando e um rapaz chegou me perguntando se eu não sentia nada. Mas eu sentia sim”, relatou.
O aposentado revelou que se emocionava, quando se via obrigado a exercer sua função em um cadáver de alguma pessoa próxima.
“Quando era um parente meu, ou uma criança, claro que a gente se emocionava. E foram vários casos. Mortes de amigos, parentes, conhecidos, seja por assassinato ou acidente. Mas eram situações que a gente tinha que lidar”, salientou na época.
Ultimamente, Aurelino vivia em um sítio na zona rural do município, e repetia sempre ter guardado boas lembranças e eternas amizades, mas ainda estava magoado por não ter o seu trabalho reconhecido.
De acordo com um o filho Nadinho e o sobrinho Zé Raimundo, que também prestaram serviços no DPT na mesma função, o sepultamento será as 16h no cemitério São Jorge. O velório está sendo realizado na rua T1,casa 71, bairro George Américo, em Feira de Santana.

   com informações e foto de Denivaldo Costa do  Central de Policia,

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