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5 de agosto de 2013

Abaixo-assinados na web pedem que Justiça devolva macaco Chico à dona Animal era tratado como filho em São Carlos e foi tirado de casa pela PMA.

Petições reúnem quase quatro mil pessoas em defesa do retorno do bicho.

Macaco-prego Chico vive com a família em São Carlos há 37 anos (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
 Macaco-prego Chico vivia com a família em São
Carlos há 37 anos (Foto: Fabio Rodrigues/G1)

Dois abaixo-assinados na web pedem a volta do macaco Chico à casa de Elizete Farias Carmona, de 71 anos, em São Carlos (SP). O animal foi retirado da família pela Polícia Militar Ambiental, após 37 anos de convivência, na manhã de sábado (3). As petições on-line já reúnem quase quatro mil assinaturas.

“Eu achei uma injustiça. A gente sabe que existe a lei, mas quando essa senhora pegou esse animal era uma prática cultural. A gente sabe que não é o correto, mas ela não fez por maldade, ela não o maltratou, só quis cuidar”, protestou a idealizadora do abaixo-assinado ‘Devolução do macaco Chico à dona Elizete’ e professora universitária Juliana Zantut Nutti.

O macaco-prego Chico foi entregue à Elizete em 1976 por um caminhoneiro amigo da família. Ele era alimentado com cenoura e leite e trocava carinhos diários com a dona. “Ele virou um filho. Se você visse como ele fazia carinho em mim. Eu sentava longe, ele gritava, tinha que sentar pertinho dele. Fico pensando como ele está agora. E de noite, que ele toma leite, como foi? De manhã cedo também. É muito triste, não sei se vou aguentar”, desabafou a idosa.

    

Chico era alimentado com cenoura e leite em São Carlos (Foto: Wilson Aiello/EPTV)Chico era alimentado com cenoura e leite em São Carlos (Foto: Wilson Aiello/EPTV)

A ausência do animal deixou toda a família triste. “Quando os policiais vieram, o Chico se agarrou ao pescoço da minha mãe e não queria soltá-la. Agora ela está sofrendo muito, dá até dó de ver”, falou o filho de Elizete, Everaldo Furlan.

Para a idealizadora do abaixo-assinado, é preciso levar em consideração a relativização das leis. “A Justiça deve entender o contexto da pessoa. A motivação dela não foi criminosa para infringir uma lei. Ela é uma pessoa simples, que perdeu o documento e foi privada do convívio do animal que cuidou por 37 anos. A gente não pode julgar a pessoa por isso, é uma questão de bom senso”, defendeu a docente que atua na área da psicologia social jurídica.

Juliana e muitas das pessoas que assinaram o documento demonstram preocupação tanto com a idosa, quanto com o macaco-prego. “Provavelmente, ele não viverá muito, porque não é só a questão do trato, mas também a questão afetiva, ainda mais o macaco, que é tão parecido com o homem. Eu fiquei com pena mesmo, porque eu tenho bicho e sei o quanto eu sofreria se tirassem meu cachorro de mim e sei também o quanto ele sofreria”, comentou.


 A mulher, de 48 anos, está feliz com o número de adesões ao abaixo-assinado. Só o dela, reuniu 3.101 assinaturas até às 7h desta segunda-feira (5). “Tem três advogados da área ambiental que devem entrar em contato para oferecer ajuda. Já procuramos também a Luisa Mell e um deputado estadual para interceder por ela. Além disso, parece que haverá um protesto na próxima terça-feira, às 17h, em São Carlos, mas ainda vamos confirmar”, relatou.

Segundo Juliana, embora o abaixo-assinado on-line seja endereçado à PM Ambiental, o documento será entregue para outros órgãos.

Mobilização
A história de Chico e Elizete mobilizou muitos defensores de animais. Mariana Chanquette Fascina de Medeiros, de Limeira, é autora do abaixo-assinado ‘Queremos o macaco Chico de volta a seu lar’, que colheu 855 assinaturas até às 7h desta segunda-feira.

“Eu amo animais e acho que não é certo a pessoa manter animal silvestre em uma residência sem autorização do Ibama, mas, neste caso, em que está há 37 anos com ela, é prejudicial para o animal. Ele pode adoecer e morrer, então isso me tocou muito”, justificou a autônoma de 32 anos.

“A intenção é que todo mundo se conscientize e que a gente possa tentar levá-lo de volta ao lar”, completou Mariana.

Redes sociais
A repercussão foi grande e chegou às redes sociais. Uma comunidade pede à Justiça que devolva o animal à família. O filho de Elizete disse que a mãe ainda acredita que verá Chico em casa novamente.

“Ela ainda tem esperança de trazer o macaco Chico de volta. Ela acredita muito nisso. Na cabeça dela, o Chico volta dentro de 40 dias”, contou Furlan. Para ele, os documentos on-line aumentam ainda mais as chances de um final feliz.

Chico é atração no bairro onde mora em São Carlos (Foto: Fabio Rodrigues/G1)



05/08/2013 07h30 - Atualizado em 05/08/2013 07h30
Abaixo-assinados na web pedem que Justiça devolva macaco Chico à dona
Animal era tratado como filho em São Carlos e foi tirado de casa pela PMA.
Petições reúnem quase quatro mil pessoas em defesa do retorno do bicho.

Suzana Amyuni Do G1 São Carlos e Araraquara
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Dona do macaco Chico relembra como eram os carinhos trocados entre eles (Foto: Wilson Aiello/EPTV)Dona do macaco Chico relembra os carinhos
trocados entre eles (Foto: Wilson Aiello/EPTV)

Dois abaixo-assinados na web pedem a volta do macaco Chico à casa de Elizete Farias Carmona, de 71 anos, em São Carlos (SP). O animal foi retirado da família pela Polícia Militar Ambiental, após 37 anos de convivência, na manhã de sábado (3). As petições on-line já reúnem quase quatro mil assinaturas.

“Eu achei uma injustiça. A gente sabe que existe a lei, mas quando essa senhora pegou esse animal era uma prática cultural. A gente sabe que não é o correto, mas ela não fez por maldade, ela não o maltratou, só quis cuidar”, protestou a idealizadora do abaixo-assinado ‘Devolução do macaco Chico à dona Elizete’ e professora universitária Juliana Zantut Nutti.

O macaco-prego Chico foi entregue à Elizete em 1976 por um caminhoneiro amigo da família. Ele era alimentado com cenoura e leite e trocava carinhos diários com a dona. “Ele virou um filho. Se você visse como ele fazia carinho em mim. Eu sentava longe, ele gritava, tinha que sentar pertinho dele. Fico pensando como ele está agora. E de noite, que ele toma leite, como foi? De manhã cedo também. É muito triste, não sei se vou aguentar”, desabafou a idosa.

 Chico era alimentado com cenoura e leite em São Carlos (Foto: Wilson Aiello/EPTV)   

Chico era alimentado com cenoura e leite em São Carlos (Foto: Wilson Aiello/EPTV)Chico era alimentado com cenoura e leite em São Carlos (Foto: Wilson Aiello/EPTV)

A ausência do animal deixou toda a família triste. “Quando os policiais vieram, o Chico se agarrou ao pescoço da minha mãe e não queria soltá-la. Agora ela está sofrendo muito, dá até dó de ver”, falou o filho de Elizete, Everaldo Furlan.

Para a idealizadora do abaixo-assinado, é preciso levar em consideração a relativização das leis. “A Justiça deve entender o contexto da pessoa. A motivação dela não foi criminosa para infringir uma lei. Ela é uma pessoa simples, que perdeu o documento e foi privada do convívio do animal que cuidou por 37 anos. A gente não pode julgar a pessoa por isso, é uma questão de bom senso”, defendeu a docente que atua na área da psicologia social jurídica.

Juliana e muitas das pessoas que assinaram o documento demonstram preocupação tanto com a idosa, quanto com o macaco-prego. “Provavelmente, ele não viverá muito, porque não é só a questão do trato, mas também a questão afetiva, ainda mais o macaco, que é tão parecido com o homem. Eu fiquei com pena mesmo, porque eu tenho bicho e sei o quanto eu sofreria se tirassem meu cachorro de mim e sei também o quanto ele sofreria”, comentou.
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A mulher, de 48 anos, está feliz com o número de adesões ao abaixo-assinado. Só o dela, reuniu 3.101 assinaturas até às 7h desta segunda-feira (5). “Tem três advogados da área ambiental que devem entrar em contato para oferecer ajuda. Já procuramos também a Luisa Mell e um deputado estadual para interceder por ela. Além disso, parece que haverá um protesto na próxima terça-feira, às 17h, em São Carlos, mas ainda vamos confirmar”, relatou.

Segundo Juliana, embora o abaixo-assinado on-line seja endereçado à PM Ambiental, o documento será entregue para outros órgãos.

Mobilização
A história de Chico e Elizete mobilizou muitos defensores de animais. Mariana Chanquette Fascina de Medeiros, de Limeira, é autora do abaixo-assinado ‘Queremos o macaco Chico de volta a seu lar’, que colheu 855 assinaturas até às 7h desta segunda-feira.

“Eu amo animais e acho que não é certo a pessoa manter animal silvestre em uma residência sem autorização do Ibama, mas, neste caso, em que está há 37 anos com ela, é prejudicial para o animal. Ele pode adoecer e morrer, então isso me tocou muito”, justificou a autônoma de 32 anos.

“A intenção é que todo mundo se conscientize e que a gente possa tentar levá-lo de volta ao lar”, completou Mariana.

Redes sociais
A repercussão foi grande e chegou às redes sociais. Uma comunidade pede à Justiça que devolva o animal à família. O filho de Elizete disse que a mãe ainda acredita que verá Chico em casa novamente.

“Ela ainda tem esperança de trazer o macaco Chico de volta. Ela acredita muito nisso. Na cabeça dela, o Chico volta dentro de 40 dias”, contou Furlan. Para ele, os documentos on-line aumentam ainda mais as chances de um final feliz.
 Chico adora ficar no colo de dona Elizete (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Chico adora ficar no colo de dona Elizete (Foto: Fabio Rodrigues/G1))

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