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1 de julho de 2012

Irmãos vivem quase 20 anos como se fossem a mesma pessoa Maciel, que não sabe ler, acreditou que não teria problemas usar a certidão com o nome do irmão.

 
Dois homens partilhavam o mesmo nome e os mesmos documentos. Mas será que eles dividiam algo mais que isso?

De reforma em reforma, o pedreiro José Roberto Souza construiu a vida em Macaé, no Rio de Janeiro. “Trabalhador direito, cara honesto, sempre trabalhou com os seus esforços", diz Manoel Santana, encarregado da obra em que José Roberto trabalha.

Tudo caminhava bem até que veio a notícia de que alguém estava usando o nome dele em Vitória, no Espírito Santo.

Foi em 2011 que o pedreiro José Roberto Souza começou a se incomodar mais com situações que não conseguia explicar. De repente, o nome dele foi parar na lista do serviço de proteção ao crédito e o pedreiro nem estava endividado. E quando foi ao posto do Detran de Macaé, para finalmente, aos 32 anos, tirar a carteira de motorista, acabou encontrando mais uma situação esquisita. Os atendentes estranharam a informação no sistema do Detran.

“Constatamos que já havia aberto um requerimento no Espírito Santo com o mesmo nome e o mesmo CPF de José Roberto", relata o atendente do Detran, Nelson Quintino.

O José Roberto saiu de Macaé, veio para o Espírito Santo, e procurou a polícia. Com a ajuda dos investigadores, a pessoa que usava o nome dele e também tentava tirar uma carteira de motorista, foi localizada. O José Roberto só não sabia que havia mais uma surpresa pela frente.

Quando os dois se encontraram, o improvável aconteceu: são irmãos. Eles não se viam há mais de 18 anos, mas se reconheceram na hora. “Convivemos muito tempo, dá para reconhecer”, garante José.

O homem que tinha usado a identidade do pedreiro se chama Maciel. Ele foi adotado aos 6 anos pela família do José Roberto. Morou com eles até a adolescência, quando decidiu partir. A mãe adotiva, que não sabia ler nem escrever, entregou para Maciel a certidão de nascimento original do José Roberto.

“Ela falou assim: ‘pega essa certidão aqui e você vai para aonde quiser’. E eu não tinha leitura, não sabia que ia ter esse transtorno hoje”, garante o entregador de cerâmica, Maciel de Jesus.

Foi assim que Maciel começou a usar o nome do irmão. Mesmo sabendo que não era seu nome verdadeiro, ele acreditou que não teria problema. Acabou tirando vários documentos com o nome do irmão. O que ele não sabia era que poderia ter ido parar na cadeia por causa disso. Mas a polícia o liberou. "Quando você analisa e você faz um juízo mais apurado, você percebe a ausência da consciência e a ausência do ânimo, do dolo, da intenção de praticar qualquer crime", avalia o delegado André Luiz Cunha.

O último censo do IBGE revelou que, no Brasil, são mais de 500 mil crianças de 1 a 10 anos sem certidão de nascimento. Estima-se que o número de brasileiros adultos sem a certidão também é de 500 mil pessoas.

A juíza Raquel Chrispino explica que uma pessoa nessa situação pode procurar um cartório e pedir o documento. “Sem a certidão de nascimento ela não consegue ser identificada civilmente pelo serviço de identificação de cada estado, não consegue ter carteira de identidade, não vai conseguir ter carteira de trabalho. Então, ela fica excluída de praticamente todos os serviços a que ela teria direito”, alerta ela.

Em Macaé, José Roberto não vê a hora para que tudo seja resolvido. Agora ele quer oficializar a união com Rosania.

No Espírito Santo, Maciel, com a ajuda de um advogado, localizou o registro de nascimento em um cartório no município de Itapebi, na Bahia. Ele já providenciou a nova carteira de identidade. Mas a mulher dele, Vanusa de Jesus, ainda não sabe bem com quem está morando: "Com o Maciel e com o José Roberto”, brinca ela.



Central Baiana de Noticias: com informações do fantastico.

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