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1 de julho de 2012

Homem se passava por prefeito para arrancar dinheiro de empresários Golpista pedia, por telefone, doações para creches. Ele conseguiu enganar empresários em mais de 40 cidades do Brasil.

 
Um golpista enganou empresários em mais de 40 cidades pelo Brasil. Ele se fazia passar por prefeito e pedia, por telefone, doações para creches. Foi assim, na base da conversa fiada, que ele embolsou muito dinheiro.

José Arnaldo Paschoal de Abreu, para a polícia, é o Zezo, estelionatário, dono de uma ficha na polícia de mais de 15 metros de extensão. Pelas vítimas, era conhecido de outro jeito: “João, prefeito de Paranapanema”, ou “Eduardo, o prefeito”, ou “prefeito Reinaldo”.

No último crime que Zezo cometeu antes de ser preso, ele foi até uma agência bancária para receber o dinheiro que havia acabado de conseguir, usando apenas um celular. O golpe era simples: começava com uma ligação para empresários.

Zezo sempre fingia ser prefeito de alguma cidade. Neste caso, ele se passa por Johannes Van Melis, prefeito de Paranapanema, interior de São Paulo, conhecido como João. O golpista até muda a voz para assumir o papel.

“O Zezo, de fala bastante fácil, bastante articulador, conseguia induzir a vítima ao erro, dizendo que era doação para creche”, explica o delegado Jader Biazon.

Foi assim em outra conversa, com o dono de uma empreiteira. “Aquela creche nossa, para 300 crianças, tinha um valor para comprar e excedeu o que nós tínhamos no fundo social”, disse.

E em mais outra conversa, com o proprietário de um frigorífico: “Com brinquedo, com comida, com tudo, ficou R$ 10 mil. Eu já consegui R$ 6 mil. No que você pode me ajudar?”

As ligações foram gravadas pela polícia com autorização da Justiça. Elas mostram que vários empresários acreditaram na história de Zezo. Como Noel, o dono da construtora que acreditava falar com o prefeito de Paranapanema.

O Fantástico procurou todos os empresários que aparecem nas gravações. Apenas Noel aceitou gravar entrevista. Por telefone, ele conta que fez o depósito para Zezo.

“Esse dinheiro era para uma entidade, não é? Aí eu fiquei com dó. Nunca pensei que fosse golpe”, diz Noel.

O verdadeiro prefeito de Paranapanema também foi pego de surpresa quando uma funcionária da Prefeitura começou a receber ofertas de empresários. “Ela falou: ‘mas aqui ninguém pediu dinheiro para ninguém, não’”, lembra Johannes Van Melis.

O falso prefeito deixou vítimas em mais de 40 cidades, em três estados. Conseguiu R$ 255 mil. Mas esta não foi a primeira vez que ele aplicou o golpe.

Zezo tem 60 anos. É filho de um ex-prefeito. O pai, José Nogueira de Abreu, comandou a Prefeitura de Agudos, no interior de São Paulo, de 1960 a 1963.

Em 2006, Zezo já tinha sido preso e condenado por enganar empresários se passando por prefeito. Em julho de 2010, ele saiu de um centro de detenção em Bauru, no interior de São Paulo. Tinha conseguido o direito de cumprir o resto da pena em regime aberto. Dois meses depois, voltou a praticar o golpe, com a mesma estratégia de antes.

Para escolher as vítimas, Zezo telefonava para o setor de licitação das prefeituras. Pedia informações como se fosse prefeito de uma cidade vizinha.

“Eles falaram que precisavam saber o nome das firmas que trabalhavam para nós”, contou Johannes Van Melis

O golpista usava as informações para convencer os empresários. Insinuava que retribuiria o favor. “Você sabe que a gente é parceiro e continua parceiro. Carne eu só compro de você, entendeu?”, disse em uma das ligações.

As vítimas depositavam o dinheiro na conta corrente de comparsas de Zezo. Era um indício da farsa.Marcos Fernandes, especialista em gestão pública, explica que doações a órgãos públicos não podem ser feitas na conta de pessoas físicas: “A doação tem que ser feita para uma pessoa jurídica, no caso, a Prefeitura”, alerta.

A polícia prendeu Zezo em 9 de maio. O golpista e sete comparsas foram denunciados pelo Ministério Público por estelionato. Zezo está agora em um centro de detenção em Bauru, um alívio para o próprio prefeito da cidade, Rodrigo Agostinho, que também já teve a identidade roubada pelo golpista.

“O que surpreendeu foi a capacidade dessa quadrilha de conseguir aplicar esse golpe em muitas cidades. Fica aí o risco muito claro de que outras pessoas possam estar praticando o mesmo golpe”, avalia o prefeito.


Central Baiana de Noticias: com informações do fantastico.globo.

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